Não se sabe ao
certo como aconteceu. Só sabem o que viram: quando levantou, caminhou
tranquilamente até o último andar e se jogou. Ninguém viu que era uma pessoa
quebrada por dentro. Ninguém viu que não respirava mais direito. Ninguém viu
que antes de se jogar, cruzou as mãos em sinal de desespero, de dúvida. Porém,
todos viram que, no chão, desleixada como todo bom cadáver bem morto, além de
uma lágrima misturada com o sangue que escorria de seu crânio, suas mãos
continuavam do mesmo jeito, como que pedindo perdão fosse a quem fosse.
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