sábado, 4 de novembro de 2017

(microconto) REVOADA



AOS QUE ACREDITAM QUE, POR TER ASAS, ESTÃO FADADOS AO VÔO INCESSANTE: iludem-se. Sei de um sabiá de asas imponentes, do desclichê e do desvencilhamento. Tomava os céus e seu pouso era ondebemquisesseeviesse. Conheceu um beija-flor, que nem no codinome, que lhe fez voar com ele para não voltar, lhe tomando pelos braços e mudando sua trajetória. A sensação era maravilhosa, mas vestia asas de Ícaro. E cansou sozinha, sucumbiu sozinha e caiu sozinha. O beija-flor? Levanta o vôo outra vez, desperdiçando o mel que era pra ser nosso, me deixando o fel engasgado na garganta.  


Jhade Borges - Graduanda em Letras Vernáculas com uma Língua Estrangeira - Turma 3

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