Na infância gostava de ouvir minha avó contar
histórias. Uma que lembro até hoje, segundo ela, aconteceu em Tubarão, bairro
onde moro, na maré próximo a nossa casa.
– Isso aqui já
foi bom, rapaz. Agora a gente acorda 5 horas da manhã e já não pega quase nada.
Ramos continuou seu caminho, seu colega o estava
esperando próximo ao barco. Eles, assim como outros pescadores conhecidos,
tinham o hábito de usar explosivos como bananas ou espoletas de dinamite. Um
deles solta o explosivo e o outro mergulha para buscar o peixe. Eles se afastam
da praia enquanto jogam conversa fora e Ramos fuma seu charuto barato. Ouve-se
uma explosão que aconteceu não muito longe dali. Nas casas de estrutura antiga,
próximo da beira-mar, os moradores sentem o tremor. Peixes menores morrem, mas
esses não são de interesse dos pescadores, então são deixados boiando.
Eles se preparam para começar a pesca após passarem
pelo que resta dos arrecifes da beira-mar, destruídos por bombas anteriores, sabendo
que os barcos de fiscalização quase não passam por ali. Ramos acende o estopim,
enquanto seu colega que irá buscar o peixe observa à sua volta. Ao se preparar
para o barulho da explosão o colega de Ramos percebe um pouco tarde que é o
charuto que não está mais no barco.
Graziele Silva de Jesus – Graduanda em Letras
Vernáculas com uma Língua Estrangeira
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirBoa crônica narrativa. Gostei como a autora trabalha o cotidiano, a crítica e o humor em seu texto. A imagem está de acordo com a crônica.
ResponderExcluirOlá, acho que sua história é legal, mas eu não incluiria o parágrafo inicial, pois não achei que acrescenta nada à ela, vc não retoma isso depois. Já podia começar na narrativa mesmo.
ResponderExcluirE o final, acho que ficou confuso, tive de reler, e mesmo assim achei dúbio, pois o fato de o charuto não estar mais no barco significa que Ramos acendeu o fumo como bomba e o jogou no mar? Nesse caso, não há perigo nem nenhuma tensão real ao fim da história...